Todo início é assim, meio conturbado. Chegar, andar, rodear-se de cuidados, partir. Era assim também começar aquela caminhada com elas. Nem sempre sabemos para onde vão ou se vão a algum lugar. Algumas parecem fixas à cadeira da sala, outras querem voar pelo mar, entre as árvores, dunas, e outras são tão inquietas que sequer sabem se passam ou ficam em algum lugar. E como falam! E sonham também. Além disso, não cansam de chegar sem pedir licença. E é por aí que começamos as muitas histórias. Onde cada uma, era cada uma. Todas vivendo coisas, em que o destino, esse poderoso senhor - ou senhora - traçava para elas. De seu mundo, algumas olhavam pela janela, outras faziam grandes promessas de amor na rua das ondas e dos ventos fortes, outras só queriam ficar na mansidão da areia fria. E assim, cada uma seguia seu caminho, de acordo com a fragrância e a marca que a tornava ser quem era. E eis que um dia elas se encontram. Onde? Era um lugar encantado pela brisa morna de uma noite de verão, rodeado de mar e dunas...
Manuela sentada em seu tapete de areia nos fala de mulheres, cheiros e vontades diferentes, enquanto compõe de seu lugar comum, um grande mosaico de vidas e poesia, dando à luz histórias para voar.