Meu caminho, deves saber
não é imune
De manhã
não sei se acordo
ou se durmo
É embriaguez de cheiro amarelo
como chegar às flores do cercado
Meu caminho é prestimoso
Assim o deves ver
Sequioso a cada passada
Esses molambos que pesam os ombros
às vezes invisíveis
são objetos
que a curto prazo
comemos
mastigamos
digerimos
Marcam e desaparecem a cada tomada
Meu caminho
talvez não seja assim tão certinho
São prováveis (des)caminhos
de uma estrada
em que meu pé afunda
sempre
Mas uso botas
Apesar do peso
consigo levantá-las
Fátima